RESPEITO E RECONHECIMENTO: Câmara homenageia mulheres que trabalham pela limpeza de Cáceres

Reconhecimento às mulheres que cuidam da limpeza de Cáceres. Cobrança justa do IPTU e reforma e climatização de escola. Essas foram algumas das principais pautas debatidas durante a sessão ordinária da Câmara, que ocorreu nesta segunda-feira (22.11). A população pode acompanhar o trabalho dos parlamentares no plenário da Casa de Leis ou pelas redes sociais do YouTube e facebook. 

Ela pega cedo no batente. Acorda por volta de cinco horas da manhã, toma um café rapidinho, e segue com o sorriso no rosto, de segunda a sexta, de bicicleta para o trabalho. Lá, bate o seu ponto e depois é escalada para atuar na limpeza das praças do centro da cidade.

Essa é a rotina de Evanil da Costa, de 53 anos, que ontem estava toda feliz com a Moção de Aplausos que recebeu da Câmara de Cáceres, pelos relevantes serviços prestados à cidade. Depois que Evanil, e suas colegas, começaram a trabalhar, há cerca de seis meses, nos serviços gerais da prefeitura, a cidade está mais limpa do que nunca.

"Essas cooperadoras que fazem a limpeza dos espaços públicos prestam um serviço essencial à população. Essa homenagem é mais do que merecida, pois a nossa querida Cáceres está mais bonita a partir  do trabalho delas", ressaltou o Professor Domingos (PSB), presidente da Câmara. 

Quem tem o olhar mais atento à paisagem da cidade concorda com o vereador. Logo nas primeiras horas do dia, essas trabalhadoras estão a postos, pelas ruas, avenidas e praças, zelando pelo bem público, fazendo um trabalho digno, que, infelizmente, é visto com preconceito por algumas pessoas. 

"No começo foi bem pesado, porque o povo não reconhecia, queria humilhar a gente por estar trabalhando. Eu mesmo entro às cinco horas da manhã, trabalho seis horas direto, até as onze da manhã. Deixo filho em casa, tudo, pra trabalhar, e as pessoas querem nos maltratar?  Falar coisas do tipo: ‘você é presidiária’. Teve colega nossa que falaram até de bater, se ela encostasse no carro da pessoa", relata Débora Fernanda, 32 anos, filha de Evanil, que também trabalha nos serviços gerais do município.

Revoltada com o preconceito, ela acha a situação muito injusta e cruel, com mulheres, em sua grande maioria, pretas e pardas, que estão buscando o sustento de suas famílias com muito trabalho e honestidade. 

"Não é fácil, porque eu não tiro só folhas das ruas da cidade, eu tiro terra também. Às vezes, meu carrinho pesa, em torno de 70 a 80 quilos, pra eu carregar, e certas pessoas não dão valor. Nós estamos cuidando da cidade, só que muitos ignorantes não reconhecem", criticou Débora, que possui cursos de informática e também faz artesanato em crochê. 

Para Evanil, mãe de Débora, é uma felicidade poder trabalhar, "manter a nossa linda Cáceres sempre limpa". Com o seu jeito simples, ela conta que perdeu o antigo emprego na pandemia e ficou desempregada mais de cinco meses, até se restabelecer no mercado de trabalho. 

"Eu amo o meu serviço. É bom que tira da depressão. Manter as praças limpas é um divertimento. Pra gente, que gosta de trabalhar, veio numa boa hora esse serviço", disse Evanil. 

A ideia de constituir um grupo de mulheres que zelam pela limpeza de Cáceres partiu de Elidiana Alves de Mendonça, coordenadora da Coopervale. A empresa presta serviços terceirizados à prefeitura, sendo a responsável pela contratação direta das funcionárias. 

Ela conta que sempre teve essa ideia de formar o grupo de mulheres, pois muitas iam até a sede da empresa pedir emprego. Elidiana então fez a proposta à prefeita Eliene Liberato e ao secretário municipal de Infraestrutura e Logística, Wesley Lopes.

"Eles me autorizaram a fazer esse grupo. Eu comecei com vinte, depois fui para quarenta, e hoje estou com setenta mulheres. Graças a Deus, já estou há seis meses com elas e a cidade está muito limpa, muito bonita. Elas saem de suas casas quatro horas da manhã, para as cinco estar nas ruas. É um serviço digno, igual a qualquer outro. Elas estão ali para levar o ganha pão, às suas casas, filhos e famílias. Eu, como coordenadora, fico muito feliz com essa homenagem da Câmara, porque elas merecem", reforçou Elidiana emocionada. 

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IPTU JUSTO

Outra discussão importante que ocorreu na sessão de segunda foi a indicação do vereador Luiz Landin (PV). No texto, ele pede que a prefeitura realize estudo para adequação da cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) no município, de maneira progressiva, baseada na localização dos imóveis e em alíquotas diferenciadas para o uso dos mesmos, e se pautando no princípio de justiça fiscal. 

"A Constituição Federal é clara. Ela diz que você pode fracionar a cobrança do IPTU conforme a localidade. E para cobrar o IPTU tem cinco requisitos: ter iluminação pública, água, esgoto, escola e posto de saúde. Em Cáceres nós temos que fazer uma campanha de não aumentar o IPTU, mas sim aumentar o número de pessoas que venha a pagar o imposto, conforme o seu bairro. Tem bairro que mal tem iluminação pública, nem água, nem calçada, e a pessoa paga o mesmo valor que um morador do centro", apontou o parlamentar. 

A indicação de dele, sob o número 4080/22, foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores e vereadoras. 

ESCOLA CLIMATIZADA

Outra indicação considerada importante pelo parlamento foi a do vereador Professor  Leandro Santos (UNIÃO), que pede a reforma e climatização da Escola Municipal Jardim Guanabara, que fica no bairro de mesmo nome. 

"Eu tenho acompanhado aquela comunidade e tenho visto que as condições são bastante precárias, principalmente se tratando de um clima tão quente como o nosso", afirmou o vereador em seu discurso na tribuna. 

Ao todo, a Câmara aprovou mais de 30 proposituras, entre indicações e requerimentos para beneficiar o município de Cáceres, nas áreas sociais, de saúde, saneamento básico, educação, cultura, esporte e lazer. São propostas que foram encaminhadas para que o poder Executivo tome as devidas providências. 

Todas as proposições dos vereadores e vereadoras podem ser conferidas através deste link: https://sapl.caceres.mt.leg.br/sessao/pauta-sessao/278/

Por Marcio Camilo
Imprensa Câmara de Cáceres