ÍCONE CACERENSE: Parentes e amigos ressaltam determinação e resiliência de Adilson Reis

Familiares, amigos e população vieram à Câmara de Cáceres prestar condolências, homenagens e se despedir do engenheiro civil, Adilson Domingos dos Reis, que faleceu aos 76 anos na madrugada desta terça-feira (4/2). O corpo de Reis foi velado durante toda a tarde e noite de terça, no plenário da casa de leis. A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades políticas e figuras ilustres da cidade. 

O plenário ficou repleto de coroas de flores que foram enviadas por famílias tradicionais da cidade e por entidades municipais e estaduais, como a própria Câmara, a Prefeitura de Cáceres e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec-MT).

Após o velório, o corpo de Reis seguiu em cortejo fúnebre pelas ruas de Cáceres. O corpo foi conduzido com todas as horarias pela Marinha do Brasil. Há muitos anos atrás, Reis foi agraciado pela encomenda "Amigos da Marinha", entregue a personalidades que se destacam na divulgação da mentalidade marítima e na defesa dos interesses da Marinha.

Ele foi sepultado por volta das 9h desta quarta-feira (5/02) no Cemitério São João Batista, que fica ao lado do quartel da Política Militar, na Avenida 7 de Setembro.

DEPOIMENTOS

Familiares e amigos fizeram questão de destacar o legado deixado por Reis para Cáceres. Ressaltaram sua determinação, resiliência e perserverança na implantação da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) de Cáceres, que deve ser inaugurada no próximo mês de março, pelo governador Mauro Mendes.

O presidente da Câmara, vereador Flávio Negação, fez questão de ressatar a constante luta de Reis em prol do desenvolvimento da cidade. "Era um homem correto, humilde, que pensava no bem comum. Não tinha vaidades. Seu objetivo era a prosperidade econômica e social de Cáceres. Por isso lutou tanto pela ZPE e por outras obras importantes de infraestrutura e logística para o município. Estamos falando de um ícone de Cáceres", reverenciou o parlamentar.

Já o vice-presidente da Câmara, vereador Isaías Bezerra destacou os feitos de Reis para a cidade. "Além dessa grande obra de futuro, que é a ZPE, da qual ele lutou, há outra obra grandiosa, com participação dele, que será a travessia urbana de Cáceres. Em nenhum momento cobrou um centavo de tudo que já apresentou e fez por Cáceres. Ninguém tem o arsenal e arquivo do que foi e o que é Cáceres, como Adilson Reis. Um homem muito humilde e muito simples. Essa é a riqueza que iremos carregar para sempre dele ", declarou.

A filha de Adilson Reis, Adilmira Reis, enfatizou a perserverança do pai. "Meu pai foi um guerreiro, destemido. A palavra para o meu pai é resiliência, prinicpalmente pela ZPE, que ele tanto sonhou e tantos desacreditaram, e ele foi até o fim e fez", disse Adilmira. Ao longo de três décadas, Reis foi o principal entusiasta e articulador para a efetivação do empreendimento na cidade.

Ao ser peguntado qual o principal legado deixado pelo pai, Adilmira sintetiza: "Foco, força e determinação. Meu pai nunca esmoreceu. Quando todo mundo não acreditava, ele acreditou. Meu pai deixa essa vida com 76 anos, com um curso de mestrado que ele estava concluíndo", disse emocionada.

Já a empresária da comunicação, Maridalva Amaral Vignardi, foi amiga de longa data de Reis. Proprietária da Rádio Difusora de Cáceres - um dos veículos de comunicação mais tradicionais da cidade - ela lembrou que Reis foi o responsável pelo primeiro projeto das instalações da rádio, em 1977. "Era um grande amigo, um excelente pai, esposo, sempre prestativo, uma perda irreparável", resumiu Maridalva.

Wilson Kishi, ex-vereador e atual secretário de Administração do município, definiu Reis como uma pessoa "espetacular". Comentou que eram "amigos de verdade", indepentende de questões políticas. Amizade que se evidenciava em longas conversas no escritório de Reis. 

"Sempre sereno em todas as questões. Quando eu chegava no escritório dele para tratar de um assunto específico, a gente estendia a conversa para outro rumo. De repente, tinha dado três horas de bate-papo, e até assustávamos com o horário", recordou Kishi, com os olhos marejados. 

Em nome da prefeita Eliene Liberato, ele também agradeceu a grande contribuição e conhecimento de Reis, quando ocupou o cargo de Secretário de Planejamento, em gestões passadas. "Cáceres agradece muito a contribuição e conhecimento do Adilson em todos os momentos em que o procuravam, para tratar de questões logísticas e pensar no desenvolvimento social e econômico da cidade", reforçou Kishi.

O ex-presidente da Câmara, Marcio Lacerda, outro amigo próximo, ressaltou a paixão incondicional que Reis tinha por Cáceres. "Uma pessoa que conhecia a fundo os temas importantes para a cidade, como a logística por exemplo, navegação, rodovias... era uma pessoa que tinha o DNA cacerense. Uma figura que andava pelas ruas, que conhecia todo mundo e participava dos principais eventos da cidade", declarou. 

Os também ex-presidentes do Poder Legislativo, vereador Rubens Macedo e o ex-vereador Lúcio Oliveira Filho lembraram de fatos políticos históricos protagonizado por Reis. Rubens - decano da Câmara - recordou que em 1987 foi à Brasília junto com Adilson Reis entregar um título de Cidadão Cacerense ao presidente José Sarney, e também viabilizar assinatura do decreto de implantação da ZPE. "Doutor Adilson só faltou ocupar um cargo eletivo aqui em Cáceres. Mas eu entendo que ele produziu muito mais do que muitas pessoas que tiveram essa oportunidade", disse. 

Já Lúcio Oliveira destacou que teve o privilégio de Reis ter sido o padrinho de batismo da filha. Ele também lembrou da atuação política do engenheiro civil na década de 90. "Fundamos o PSDB na cidade. Ele foi a filiação número um, a minha esposa foi a filiação número 2 e eu fui o quinto filiado da legenda. Em 92, quando me elegi vereador, foi muito por ajuda dele", recordou. 

O vereador Franco Valério fez questão de ressaltar as inúmeras qualidades de Reis. "Adilson deixa um grande legado na engenharia e política. É o marco incial da ZPE. Um grande conhecedor da coisa pública, da arquitetura urbana... um grande estudioso contemporâneo. Um homem de grandes responsabilidades: acordava cedo, trabalhava até a noite, não tinha horário. São muito adjetivos para qualificá-lo", disse Franco. 

Por Marcio Camilo
Sec. Imprensa - CMC